No tarot: O Rei de Copas, diz que você está definindo uma nova forma de ser. Estão abrindo caminhos para você desempenhar novos papéis, eles vem do seu esforço de desenvolver cada vez mais suas potencialidades.
E se ao partir em busca de algo você acabar parando num hospício?
Talvez seja esse o medo de todo mundo, mesmo que a gente esconda bem escondidinho: Medo de que o que a gente gosta ou acredita seja bobagem, seja ridículo, seja loucura.
E que seguindo isso a gente vá parar num caminho ruim, com os esquecidos, ou os loucos.
Toda pequena causa é uma grande causa, e toda grande causa uma grande cura ou uma guerra, parte de um desejo - pelo menos a princípio- bem íntimo, com somente uma pessoa querendo e acreditando, ainda que com o tempo tome proporções maiores. Então... É loucura somente antes que todos acreditem em algo junto conosco?
Normalmente nos sentimos seguros com “a maioria”, quando a maioria quer, aceita, ou gosta, tudo bem. Quando o querer da maioria difere muito do nosso... Sempre parece ter alguma coisa errada. Com a gente. Mas também achar que quem sempre está errado é o outro é muita arrogância. E encontrar esse equilíbrio, distanciamento para saber o que é nosso mesmo e o que é só necessidade de pertencer... Exige estrada.
Esse papo de “a sociedade está louca” doente e blá blá blá é velho e clichezento, então eu vou direto ao assunto:
O rei de copas é um filme incrível. É nítido como a gente resolve muita coisa na palavra, deixando de agir, e esse filme não se explica ou justifica, cada ação bela e grandiosa é revelada em atitudes, muito pouco em palavras.
Um filme cheio de loucura no seu melhor sentido. Principalmente quando a loucura é uma escolha, que não traz alienação, e sim clareza.
Quanto à loucura em geral, ouvi outra coisa bem boa também faz um tempo no metrô: Um velho falava sozinho, coisas estranhas e bizarras, do tipo não só esquisito, do tipo que tava locão mesmo. Assim que ele saiu do metrô alguém falou alto para o amigo, complacente: “É, cada um enlouquece de um jeito, o dele foi esse”.
Na hora eu pensei: “Tô ferrada, devo ter um milhão de sementinhas da loucura”.
E o que é a loucura? No dicionário temos:
Diz-se daquele que perdeu a razão; alienado, doido, maluco.
Insensato, temerário, estróina.
Furioso, alucinado.
Fig. Perturbado, dominado por violenta emoção: ficou louco de alegria.
Intenso, vivo, violento: amor louco.
Absurdo, contrário à razão: projeto louco.
Insensato, temerário, estróina.
Furioso, alucinado.
Fig. Perturbado, dominado por violenta emoção: ficou louco de alegria.
Intenso, vivo, violento: amor louco.
Absurdo, contrário à razão: projeto louco.
Bom, loucura tem de todos os tipos e tamanhos. Observando os significados acima percebemos também que loucura normalmente está aliada aos excessos.
À intensidade.
Tem realmente um fio muito tênue que liga a loucura a tantos outros sentimentos e emoções, coisas boas inclusive.
Mas ainda é bem comum a loucura ainda ser tratada como doença (não que não seja) mas do tipo que se trata com remédios. Que ignora a emoção e fatores externos.
Sei que muitos discordam da minha opinião, mas acho que nada deveria ser tratado dessa forma, nada se cura definitivamente somente com remédios, talvez se controle, mas acho que é pior ainda controlar. Ainda que os métodos de hoje sejam muito menos arcaicos que antigamente.
Existem alguns estudos contra tais métodos, vendo a “loucura” e suas “vertentes” como resultado da educação que tivemos e castração que vivemos ao longo da vida. Existem médicos e psiquiatras como Roberto Freire, que pensam o seguinte:
“Quero dizer que sempre senti grande dificuldade para compreender a neurose das pessoas através das deformações neuróticas produzidas em minha mente e minha vida pela neurose social que atua sobre todos nós. Existem uma série de mecanismos de poder que procuram bloquear o tesão de viver das pessoas, descobri que a Psicologia não tem condições para entender e resolver problemas psicológicos, emocionais e comportamentais. A principal e mais grave neurose que existe é a própria Psicologia. Então, realizando um combate sistemático a tudo o que tenta impedir o prazer de viver em minha natureza animal e, sobretudo, em minha naturalidade e cultura propriamente humanas, começo a ver alguma luz no fim do túnel escuro da Psicologia e da Psiquiatria. (referindo-se à sua pesquisa sobre somaterapia, que vale a pena pesquisar quem tiver curiosidade)
Todo mundo pode desenvolver tais patologias, ou, de repente só não viveu no ambiente propício para que essa semente crescesse. Mas, em maior ou menor grau todos temos nossas loucuras. Que no fundo talvez seja simplesmente uma maneira diferente de enxergar o mundo.
Ainda bem.
“As melhores viagens são feitas através das janelas"